Após termos a biópsia em mãos, a Ana(sempre ela) agendou a primeira consulta com o oncologista que nos foi indicado. Aliás, mais do que indicado, recomendado como sendo esse “O Kra”. Nesse intervalo de tempo aproveitamos para realizar a cintilografia óssea e levar junto para apreciação.

No dia agendado lá estávamos na hora marcada. Depois de um pequeno cadastro junto à secretária e enfrentar a balança(80,50kg) fomos chamados ao consultório. Na porta um senhor jovem, simpático nos aguardava. Era “O Kra”. Na medida que conversávamos ficava bem claro que eu estava frente a um médico que não só atendia muito bem, mas acima de tudo, era um jovem e já destacado profissional na sua área de atuação. O respeito e admiração de seus colegas quando citávamos o nome dele já nos havia indicado isso antes. Se não bastasse, ainda para aumentar a confiança nele, fiquei sabendo que era natural da mesma região minha, o sul do estado, e mais, “O Kra” tinha sangue azul como eu, era gremista. Eu podia confiar… agora era tudo com ele.

A cintilografia mostrou uma pequena alteração nas articulações dos ombros e em um dos tornozelos, mas de origem benigna, nada significativo. O principal, meu esqueleto estava bem.

Sobre a biópsia o oncologista repetiu mais ou menos o que o cirurgião tinha adiantado, só que agora com maiores detalhes. Frisou sobre o fato das bordas do tecido retirado estar livre de contaminação, o que indicava que o tumor tinha sido totalmente retirado, e, referiu-se ainda sobre a quantidade de ínguas(12) o que segundo ele era considerado uma boa referência para avaliação. Quanto ao tratamento, eu teria de fazer algumas seções de  quimioterapias, visto a possibilidade de ainda existir no meu organismo células cancerosas. Estas seções deveriam ser realizadas de 15 em 15 dias(sempre que possível), com o inconveniente de precisarem ser feitas sobre internação hospitalar com duração de três dias, e que esse tratamento se prolongaria por seis meses(12 aplicações). Efeitos colaterais existiriam, variáveis em pessoas diferentes, mas nada de assustar, e que controláveis com medicação adequada. Citou alguns possíveis no meu caso como náuseas, vômitos, choque térmico e outros. Ao choque térmico, deu um certo destaque, mas disse que eu seria favorecido pela época do ano ser mais quente. Fez um encaminhamento para uma consulta com a enfermagem do INCAN(Instituto do Câncer) onde solicitou uma avaliação das veias de acesso, pois existia a possibilidade de necessitar do implante de um cateter.

Esse foi o resumo da minha primeira consulta com o oncologista, e confesso que voltei pra casa bem mais tranqüilo. Apesar da doença, eu havia tido a graça de ser operado por um cirurgião conceituado, e agora ficava aos cuidados de um profissional que inspirava total confiança.

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